segunda-feira, 28 de maio de 2012

Focus

O boletim focus dessa semana apresentou: queda no IPCA de 2012 para 5,17%, e manteve 5,60% para 2013 (ambos acima da meta de 4,5%); taxa de câmbio (fim do período) subiu para 1,90% 2012, e manteve 1,85% 2013; meta selic (fim do período) manteve 8,0% 2012, e 9,5% 2013; e crescimento do PIB queda para 2,99% para 2012, e manteve 4,5% para 2013.
Nota-se que o mercado está considerando que as medidas do Governo para incentivar a demanda não surtirão efeito no PIB. Mas qual será o efeito na inadimplência?


sexta-feira, 25 de maio de 2012

Entrevista Arminio Fraga - Globo News

Quem ainda não assistiu deve assistir. Breve relato da conjuntura da crise da europa, Brasil etc.

http://g1.globo.com/globo-news/miriam-leitao/videos/t/todos-os-videos/v/ex-presidente-do-bc-fala-sobre-os-efeitos-da-crise-internacional-na-economia-brasileira/1962993/

Aguns pontos que considerei importantes da entrevista:
* Brasil somente está preocupado com a demanda agregada!!! Enquanto o mundo está olhando para a demanda e para a oferta, até mesmo o Socialista Hollande.
*Moderado nos comentários sobre a política do Bacen. Diz que o Banco ainda segue algum tipo de metas de inflação e que o câmbio é flutuante. Será?

O imediatismo dos pacotes (Por Márcio G. P. Garcia)

"Primum non nocere" é princípio básico da ética médica, segundo o qual o médico deve avaliar, antes de tomar qualquer atitude, se sua ação poderá prejudicar mais o doente do que se nada fosse feito. Tal ensinamento aplica-se a várias outras áreas, inclusive à economia. Infelizmente, não vem encontrando o devido eco na condução da política econômica brasileira recente. A desaceleração mais forte da economia vem suscitando uma sucessão de "pacotes" de estímulo econômicos, cada vez mais patéticos.
Tais pacotes advêm de um diagnóstico comum: falta demanda. E prescrevem doses crescentes dos mesmos remédios: subsídios ao crédito e desonerações tributárias, sempre focalizados em poucos produtos e setores, escolhidos por critérios obscuros. Frequentemente, têm sido também criadas barreiras a produtos importados que competem com a produção de setores com lobby mais forte em Brasília, notadamente o automobilístico.
De fato, a economia brasileira ora passa por um momento de arrefecimento da demanda, e é função da política econômica suavizar, na medida do possível, o ciclo econômico. No entanto, corrigir as raras e breves ocasiões de falta de demanda não é problema que tenha ameaçado o desempenho da economia brasileira, muito pelo contrário. Dificuldades pelo lado da oferta, essas, sim, constituem gargalos estruturais que vêm, há muito, prejudicando o crescimento econômico. E, com frequência, os pacotes de estímulo à demanda, em vez de destravar a oferta e ajudar no crescimento da produtividade da economia, representam aumento do custo Brasil para setores não beneficiados pelas medidas governamentais.
A política econômica recente vem ficando cada vez mais parecida com aquelas que vigoraram no período pré-Real, quando as regras eram mudadas com grande frequência. Isso se choca frontalmente com os preceitos da teoria econômica moderna, que têm enfatizado, cada vez mais, a importância da manutenção de incentivos propícios ao crescimento econômico e à prosperidade. Incentivos que só podem surtir efeito se baseados em regras e instituições estáveis ao longo do tempo. A instabilidade advinda da sucessão de pacotes prejudica o investimento e o crescimento.
Um empresário racional que se defronte com dificuldades, em vez de se esforçar para reduzir custos ou investir para aumentar a produtividade, logo perceberá ser mais lucrativo juntar-se a um lobby para extrair benesses em Brasília ou na avenida Chile. Não chega a ser surpreendente que isso venha ocorrendo.
Confesso que até mesmo eu acho monótona a repetição do argumento de que as reformas estruturais (previdenciária, tributária, trabalhista) precisam voltar a ser prioridade. Mas nem mesmo o modesto projeto de limitar o crescimento real da folha salarial do setor público sai da gaveta do deputado relator, que alega que não o fará até a presidente afirmar que a medida é, de fato, prioritária.
Há indicações cada vez mais evidentes de que a política econômica carece de visão coerente de longo prazo. Por exemplo, ao justificar as decisões do recente pacote, o ministro do Desenvolvimento declarou que "o governo está conjugando medidas estruturais, como é o caso da redução sistemática da taxa de juros, com medidas conjunturais..." (Valor Econômico, 23/5/2012, pág. A3). Tal declaração contém dupla impropriedade. Primeiro, porque atribui a redução dos juros à suposta agenda de medidas estruturais do governo, enquanto deveria ser responsabilidade autônoma do BC, a se crer nas declarações da presidente Dilma e do presidente do BC. Segundo, e mais importante, porque alterações da taxa de juros são, por definição, medidas anticíclicas e, portanto, conjunturais. Estruturais seriam medidas que permitissem ao BC reduzir os juros sem colocar em risco o controle inflacionário, como um verdadeiro ajuste fiscal, que arrefecesse a expansão do gasto corrente, e estimulasse o investimento público. Mas estas, o governo parece desinteressado ou incapaz de promover.
Como disse um amigo, a estratégia econômica atual assemelha-se cada vez mais à do enxadrista improvisado: "Peça pra frente, que xadrez é sorte"!
Márcio G. P. Garcia, PhD por Stanford e professor do Departamento de Economia da PUC-Rio.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

MODELO DE INFORMAÇÃO IMPERFEITA DE LUCAS


O modelo de informação imperfeita de Lucas apresenta como conclusão que a autoridade monetária teria incentivo para indicar uma política monetária e não cumpri-la. Assim, ocorrendo diferença da expectativa dos agentes e da política realmente implementada – (m-E[m]) - o produto cresceria no curto prazo. Contudo, os agentes aprenderiam com o tempo, e essa “artimanha” não seria possível no longo prazo.
Nos últimos anos a meta de inflação do Brasil tem sido de 4,5%, entretanto o IPCA ficou acima do centro da meta em 2010 (5,91%) e 2011 (6,50%), e o boletim focus (4/5/2012) espera que o IPCA fique em 2012 e 2013 em 5,12% e 5,56%, respectivamente. Ficando, novamente, acima do centro da meta. Considerando o modelo do Lucas (apresentado abaixo) e as informações acima: A autoridade monetária brasileira está divulgando uma meta de inflação, e trabalhando com outro valor internamente? E na medida que os agentes aprenderem o “jogo” essa estratégia somente terá impacto no nível geral de preços?

MODELO DE INFORMAÇÃO IMPERFEITA DE LUCAS

Consideremos o caso em que o produtor observa o preço do bem, mas não o nível geral de preços.

Comportamento do Produtor

Escrevendo o preço do bem i como:

pi  = p + (pi – p) = p + ri                                                                        (1)

onde  ri = pi - p é o preço relativo do bem i. p  é o nível geral de preços.

Os indivíduos gostariam de basear sua decisão de produção apenas considerando ri. Contudo, não consegue observar ri, mas consegue estima-lo dado a observação de pi. Neste ponto, Lucas faz duas observações simplificadoras. Primeiro, os indivíduos buscam expectativas de ri dado pi, e então produz tanto quanto ele produziria caso estivesse certo. Então a oferta de trabalho do indivíduo i fica:

li = (1/(alfa-1)).E[ri|pi]                                                                           (2)

onde alfa é a elasticidade entre trabalho e lazer.

Segundo e mais importante, Lucas assume que o produtor encontra a expectativa de ri dado pi racionalmente. Isto é, E[ri|pi] é assumido ser a verdadeira expectativa de ri dado pi e dado a atual articulação da distribuição das duas variáveis.

Com isso,
E[ri|pi] = alfa + beta.pi                                                                         (3)

para encontramos a estimativa de (3) devemos supor que:
1.      ri dado pi tem distribuição conjunta (E[E[ri|pi]] =[ri]);
2.      ri e psão normalmente distribuídos e independentes (COV(ri,p)=0);
3.      pi = p + ri, então E[pi] = E[p] + E[ri];
4.      E[ri]=0;
5.      Variâncias de ri e p são Vr e Vp, respectivamente.
Beta = COV(ri,pi)/VAR(pi) 


VAR(pi) = VAR(p + ri) = Vp + Vr + 2 COV(ri,p) = Vp + Vr    

VAR(pi) = Vp + Vr                                                                               (4)

VAR(p) = VAR(pi – ri) = VAR(pi) +Vr – 2 COV(ri,pi)

Assim,

COV(ri,pi) = (VAR(pi) + Vr – Vp)/2

como, VAR(pi) = Vp + Vr , temos:

COV(ri,pi) = (Vp + Vr+ Vr-Vp)/2 = Vr

COV(ri,pi) =  Vr                                                                                     (5)

Dessa forma, usando (4) e (5), chegamos:
 beta = Vr/(Vr+Vp)                                                                                   (6)


Ainda, precisamos encontrar o estimador de alfa:

alfa = E[ri] – beta.E[pi]

usando (6), chegamos:

alfa = -(Vr/(Vr+Vp)).E[p]                                                                          (7)

Com (6) e (7), chegamos a equação:

E[ri|pi] = -(Vr/(Vr+Vp)).E[p]+ (Vr/(Vr+Vp)).pi                                       (8)

Substituindo (8) em (2), resulta em:

li = (1/(alfa-1)). (Vr/(Vr+Vp)).(pi – E[p])

Chegamos na oferta de trabalho do indivíduo i:

li = b.(pi – E[p])

                                                                                     (9)
onde: b = (1/(alfa-1)). (Vr/(Vr+Vp))

Assumindo que a média de pi seja p, e que y = li (trabalho é o único insumo dessa economia). Encontramos a equação para o produto total.

y = b.(p – E[p])                                                             (10)

Esse é a curva de oferta de Lucas. Ela afirma que o desvio do produto do seu nível normal é função crescente de uma surpresa no nível geral de preços.

Equilíbrio

Combinando a curva de oferta de Lucas e a equação da demanda agregada,y = m - p, onde m é a oferta monetária. E resolvendo para  y e p, obtemos:

p = (1/(1+b)).m + (1/(1+b)).E[p]                                                   (11)

y = (b/(1+b)).m –(b/(1+b)). E[p]                                                    (12)

Assumido, que E[p] = E[m], e m = E[m] + (m – E[m]), podemos reescrever (11) e (12):

p = E[m] + (1/(1+b)).(m – E[m])                                                      (13)

y = (b/(1+b)).(m – E[m])                                                              (14)

As equações (13) e (14) mostram as implicações chaves do modelo: o componente da demanda agregada que é observado, E[m], afeta somente o nível geral de preços. Já o componente que não é observado, (m – E[m]), afeta o nível geral de preços e o produto.

REGRESSÃO MQO - MATLAB

Segue abaixo rotina em Matlab para regressao usando MQO.

% Regressao usando o Metodo dos Mínimos Quadrados Ordinarios (MQO)
% Elaborado por Celso Jose Costa Junior
% Os dados de entrada sao: variavel dependente (vetor y); e variavel
% independente (matriz x).
% exemplo: y = [y1; y2;...;yn]
%          x = [x21 x31 ... xk1; x22 x32 ... xk2; ... ;x2n x3n ... xkn]

function [beta, F, R2, t] = mqo (y,x)

% Recebe o numero de linhas (l) e de colunas (c) de x
[l,c] = size(x);

% Acrescente a primeira coluna unitaria na matriz x
c2 = c + 1;
x2 = ones(l,c2);
k = 1;
for i = 1:l
    for j = 2:c2
        x2(i,j) = x(i,k);
        k = k +1;
    end
    k = 1;
end

% Encontre os parametros betas
beta = inv(x2'*x2)*(x2'*y);

% Prepare a tabela ANOVA
ye = x2*beta;
residuo = y - ye;
y2 = y - mean(y);

SQR = residuo'*residuo;  % Soma dos quadrados dos residuos
SQT = y2'*y2;            % Soma dos quadrados totais
SQE = SQT - SQR;         % Soma dos quadrados explicados

gl_E = c2 - 1;           % Graus de liberdade dos explicados
gl_R = (l - 1) - gl_E;   % Graus de liberdade dos residuos

MQE = SQE/gl_E;
MQR = SQR/gl_R;

F = MQE/MQR;
R2 = SQE/SQT;

%Encontre as estatisticas t dos parametros betas
variancia = MQR*(inv(x2'*x2));
for i=1:c2
    t(i,1) = beta(i,1)/(variancia(i,i))^0.5;
end