segunda-feira, 29 de junho de 2015

A Grécia deve sair da zona do EURO?

Faz um tempo desde o último post, mas há muita coisa acontecendo que merece ser discutida. A primeira é a saída da Grécia da zona do Euro. Essa vai ser a discussão da semana. Qualquer jornal especializado sobre o assunto irá discutir isso apresentando opiniões prós e contras.

Se por um lado, o Grexit (Greece exit) pode contagiar toda a zona do Euro, já que o mercado está inseguro em relação a Espanha, Portugal, Irlanda e Itália. Mas seria a Grécia semelhante a esses países?

Na Grécia, as filhas divorciadas ou solteiras de funcionários públicos falecidos possuem o direito de cobrar pensão por morte por toda a sua vida. A empresa ferroviária pública possui receita de 100 milhões de euros, enquanto gasta 400 milhões com salários e 300 milhões com outras despesas (não é difícil perceber que dá prejuízo). O salário médio do funcionário público grego é três vezes maior do que do setor privado. Cabeleireiros, locutor de rádio, garçom, músico ... (até 600 profissões) são consideradas profissões de risco e tem direito de se aposentar aos 55 anos (se homem) ou 50 (se  mulher). Apresentados esses exemplos, você acha que o setor público grego é solvente? E a Troika, vendo isto, deve continuar emprestando dinheiro para a Grécia?

A Grécia não deve sair da zona do Euro agora, deveria ter saído em 2010 quando a primeira crise se iniciou. O Krugman está advogando para a saída desse país, mas por achar que as medidas são muito austeras. Mas se a Grécia sair do Euro do que pode acontecer? Uma forte depreciação da moeda grega, causando um grande problema de distribuição de renda entre as classes. Corrida bancária, é hora de garantir os últimos euros no bolso, antes que o Dracma volte.  Outra coisa, com a forte desvalorização cambial ajudará a diminuir as importações e aumentar as exportações, deixando a indústria grega mais competitiva. Mas o que a Grécia produz? Vamos lá, No setor primário os principais produtos são: trigo, milho, cevada, açúcar de beterraba, azeitona, vinho, tabaco, batata, carne, tomate e banana; laticínios; pão, ovos e leite. Já no setor secundário as principais indústrias estão ligadas aos setores de têxteis, produtos metálicos, petróleo e gás. Por fim, o turismo é a atividade mais importante do setor terciário, sendo responsável por 15% do PIB. Já que os carros alemães ficarão mais caros, o carro grego ganhará competitividade. Mas que carro grego? Já que os produtos manufaturados chineses ficarão mais caro, os produtos manufaturados gregos ganharão espaço. Mas quais produtos manufaturados, tecido?

Perguntas simples: há futuro para a Grécia se não houver reformas profundas? Está errada a Troika em exigir melhoras na produtividade e nas condições fiscais gregas? Ou tudo que está ai nada mais é do que ideias neo-liberais que forçam os "coitadinhos" gregos a trabalharem mais e curtir menos?

Para pensar!!!!!

Ah, em questões fiscais, cuidado Brasil.